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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Cogito, ergo sum: Penso, logo existo...(René Descartes)


   
“Ser abandonado por alguém é algo suportável, mas
                                        abandonar a  si próprio,  é intolerável.”
                                                                      Deijone do Vale

Vamos realizar uma pequena viagem em nosso mundo interior e refletir sobre algumas maneiras de minimizar ou mesmo extirpar situações estressantes e que geram conflito emocional, redesenhando novas possibilidades ou corrigindo estilos de comportamento condicionados que escravizam a alma (mente, vontade e emoções).

Pergunto: a quantas anda a sua musculatura psicológica? Sente-se ousado ou passivo em seus projetos e sonhos? Conformado? Você é livre ou um prisioneiro de sua mente?

Sequestros emocionais que bloqueiam suas potencialidades e corroem seu psiquismo necessita de domínio, antes de te levar à exaustão, falência física e mental.

O seu sorriso é verdadeiro e reflete com fidelidade o clima emocional de sua mente?

Somos poderosos em algumas áreas e frágeis como vasos de cristal em outras, isso porque somos injustos com o nosso mundo interno.

Você sabe ouvir outras pessoas? Dizem que no Cazaquistão, (uma região que fica entre a Rússia e a China), são oferecidos às crianças para comer, um pedaço da orelha de  bode assado (orelha de bode!!!), num simbolismo pragmático: o de ensinar as crianças a ouvir os mais velhos.

Óculos, cremes de proteção com filtro solar, cintos de segurança e... cadê os filtros psíquicos?

Nossas mentes estão entulhadas com lixos psíquicos de espécies deletérias e altamente contagiosas senão, mortíferas.

Selo de qualidade... você paga e compra produtos com selo de qualidade não é verdade? Mas e a sua vida é com selo de qualidade?  O quê? imagens mentais catastróficas e paralisantes? 

Mas você não é um técnico de alta  performance em sua área? mas...  não  sabe cuidar muito bem de sua vida... um incompetente em cuidar-se?

Você pensa, antes de ter uma reação? Como vai o seu individualismo X seu altruísmo?

Impõe a sua verdade goela abaixo? ou é capaz de um confronto direto e honesto? Como? Compreendo...  um segregador legalista? 

Não... não... um guerreiro que luta pela causa humana?

Não está conseguindo ser um gestor de seu psiquismo? Para onde foi, ou onde está a sua resiliência? Não está conseguindo superar com graça os reveses da vida?

Bem, você pode e deve buscar algo que estimule a sua intuição, solidariedade é um início interessante, sabia? Generosidade também, e quem sabe uma boa dose de tolerância vai te fazer muito bem.

Quiçá, a tal da tão propalada, decantada, cantada em prosa e verso, a famosa empatia?

Humm!!! Qual será o seu dever de casa? Exercitar a serenidade? Acertei?

Nosso córtex cerebral é extremamente seletivo e estresse constante vai roubar sua alegria.

Dominamos aviões, carros velozes, computadores, mas será que dominamos a nossa mente?

O que tem perturbado a sua serenidade? Preocupações infundadas ou acontecimentos realmente catastróficos?

Escravo de impulsos? Excesso de fraquezas? Desnuda e fere o próximo? Tudo que vem à cabeça você expressa para os quatro ventos? Se assim for sua empresa psíquica está falida ou trabalhando no vermelho.

Falimos por dores inexplicáveis, cansaços irrecuperáveis, excessos de incertezas e por fim, quem se preocupa com a contabilidade da sua qualidade de vida?

Somos humanos, naturalmente e ilogicamente imprevisíveis, contraditórios e paradoxais em nossa singularidade diante da vida.

Você é terrivelmente matemático? Olhe bem, é possível que você ainda não  sabe,  o que é o amor? Pois esse sentimento às vezes é tão ilógico, que transcende os estreitos limites de nossa frágil humanidade.

Comportamo-nos como killers emocionais, matamos, enforcamos e jogamos fora os nossos sentimentos mais nobres, e o que acontece? 

Adoecemos...

E você já sabe, doença barra e bloqueia respostas coerentes diante da vida.

O amor nasce da admiração, sabia? As imagens que são processadas e armazenadas no córtex cerebral, promovem uma interpretação bem individualizada, subjetiva, e então poderemos ver o outro em sua plenitude e dentro de nossa lógica humana, concebível e engenhosamente assombrosa.

É por tudo isso que quando observamos os atos de um serial killer, não dimensionamos o motivo dos mesmos, mas claramente percebemos que é um motivo psicológico mesmo, sem dúvida!

É por essas e outras é que nossas verdades não são únicas, poderíamos dizer que são verdades interpretativas, daí quantas e quantas vezes nos arrependemos de termos falado  e julgado o outro com severidade, além da conta?

Brigamos por banalidades, nos tensionamos por coisas pequenas e assim de forma tola,  ficamos a sofrer por conta de nossa estupidez.

Você é o seu próprio vilão? Qual é a sua zona de conflito?

Um tremendo killer da mente humana é o conformismo, a passividade diante de adversidades, não assumindo os riscos, enterrando talentos e jogando fora as oportunidades, sabotando-se, arrebentando a autoestima, e anulando-se afetiva e profissionalmente.

Perfeitos conformistas com desculpas mil, esculpidas em farrapos... “foi o destino”...

Vença sua paralisia, saia do casulo no tempo oportuno e ouse viver.
Outra janela killer é a auto-comisseração, a piedade de si mesmo, se sente impotente diante do palco da vida: “Nada dá certo para mim...”, vende uma imagem de um pobre coitado, negativista, deprimido, solitário, desafortunado e murmurador. Pare com isso!

Enfrente seus fantasmas internos, e se for o caso os externos também, rompa suas algemas e libere sua inteligência.
Você não é imutável ou é?

Não fique mimando e ninando as suas fragilidades, muito embora sejamos humanos imperfeitos, falíveis e mortais.

Mergulhe fundo, corra riscos, pois a própria vida é um contrato de riscos e tudo pode acontecer: ser roubado, traído, abandonado, assassinado, humilhado, enfim viver é correr riscos, é como andar nos trilhos de um trem prestes a passar, no entanto, nos humaniza, modifica a nossa forma de ser, interpretar, reagir diante de acontecimentos que desafiam nossas habilidades emocionais, sociais e intelectuais.

Crie vínculos afetivos, amistosos, saía da superfície, cresça, amadureça, seja produtivo e criativo, pois a mente humana de tão criativa que é, se não existe nenhum problema, o que ela faz? Os cria...

Pense, sinta, reflita, experimente, tente novamente, ouse, tenha coragem faça de novo, confronte se necessário for, mas com delicadeza, com elegância e bondade.

Redesenhe em sua mente novas imagens e possibilidades estratégicas e resgate sua sanidade, ficando em paz com a sua consciência.

Professores convivem com alunos que não suportam, mas deveriam tentar decifrar a tragédia pessoal camuflada no comportamento inadmissível, e assim preservar a saúde psíquica, impedindo o desenvolvimento de elevado grau de ansiedade por vivenciar um estilo de vida  que poderá tornar-se patológico.

Qual é o seu papel como professor? E como ser humano?  Então, pondere, se acalme, reflita, controle seus impulsos destrutivos, saia do caos e entre na esfera da compaixão, saindo da rota de colisão, modificando ou evitando o impacto  negativo de uma palavra, ato ou atitude  de retaliação.

Lembre-se, o seu comportamento, certamente terá consequências benéficas ou desastrosas, isto vai depender do tom e volume emocional eliciado pelo seu modo de reagir.

Humanize-se. Seja generoso, surpreenda o outro com um elogio ou alguma ação de motivação, busque a lucidez diante de uma provocação ou ameaça, e não superdimensione sua resposta em relação à afronta.

Geralmente é nos primeiros segundos diante de uma ameaça provocadora é que provavelmente cometeremos erros imperdoáveis, diremos palavras inconfessáveis e teremos gestos dos quais nos arrependeremos pelo resto de nossas vidas.

E por fim, você poderá acionar o seu raciocínio crítico, com coerência, brandura e serenidade.

Não seja um ditador em emitir respostas, às vezes o melhor é o silêncio que respeita a sua inteligência e preserva a sua individualidade.

Silêncio e tolerância diante da agressividade, fala de um STOP reflexivo, que expande níveis de resiliência, preservando a sua integridade emocional e reeditando suas habilidades pessoais.

Nunca aceite uma existência vazia de sentido, faça de cada segundo de sua vida uma experiência impagável.

Construa um DNA de excelência na sua profissão, nos relacionamentos, esculpindo com garra e caminhando além do esperado, sabendo voltar atrás, se ajustar ou corrigir seus erros.

Você é um ser fascinante, agente da sua história, portanto merece o melhor dos prêmios: a Vida!

Deijone do Vale
Neuropsicóloga.


2 comentários:

  1. Mais uma vez parabéns pelo artigo!
    Isso mesmo Dra. Deijone, devemos valorizar cada momento, principalmente com aqueles que nós amamos. Devemos manter em alta nossa confiança e auto-estima, respeitando as diferenças. Vez ou outra, permita-se quebrar as regras e correr riscos calculados.

    Renata Grazielly

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  2. Você sempre se superando com seus textos cheio de conhecimento e profunda sabedoria .
    Vemos o quanto nossa sociedade e carente de personalidade , as pessoas constroem castelos de areia,palácios de vidro transmitem uma imagem que não podem sustentar e ao primeiro problema tudo acaba se ruindo.Devemos rever nossos princípios esquecemos o lado humano de lado e damos lugar ao cérebro réptil que vive nos instintos mais primitivos e animalesco .È nescessário uma mudança de pesamento e entender que precisamos de ajuda para não cairmos em atitudes deletérias.
    ass.: Vanessa Morato

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