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sábado, 13 de outubro de 2012

HOMOSSEXUALIDADE



“Quem ri das cicatrizes nunca foi ferido”
                               Shakespeare, Romeu e Julieta



Falar da sexualidade é falar de um dos aspectos mais conflituosos da condição humana.

A sexualidade representa um dos fatores básicos na expressão de nossa personalidade, afinal é através da sexualidade que procriamos.

Se levarmos em conta o aspecto biológico, diríamos que o sexo é cromossômico (sexo genético), identificado pelos pares  xx  e  xy, com suas glândulas (ovários e testículos) e representados pelos órgãos sexuais masculinos (pênis, bolsa escrotal e próstata) e femininos (vulva, clitóris, vagina e útero).

Pensando assim, do ponto de vista biológico, temos uma identidade genital, que é a consciência do nosso sexo biológico.

E olhando a questão da identidade  sexual sob a perspectiva psicológica, temos a identidade de gênero, ou seja, gênero feminino e gênero masculino e esta consciência de pertença provém tanto do comportamento de nossos pais, família e sociedade, como da percepção que temos do nosso corpo.

Todos já ouvimos o termo “orientação sexual” que é usado para dizer se alguém vai se relacionar sexualmente com o sexo oposto, (heterossexual) com alguém do mesmo sexo (homossexual) ou com ambos os sexos (bissexual).


Para J. L. Moreno, “o papel é a forma de funcionamento que o indivíduo assume num momento específico, ou quando reage a uma situação específica”. Esse conceito pressupõe uma inter-relação frente às diferentes experiências vivenciadas em circunstâncias distintas da vida.

Temos uma maneira de ser: “feminina ou masculina”,  de sentir e  de agir, caso contrário teremos um conflito entre o que somos e o papel que desempenhamos ao longo da existência.

E é exatamente, no final da adolescência que enfrentamos um conflito psicossocial que Erick H. Erikson (The Problem of Ego Identity), chamou de intimidade versus isolamento.

Intimidade é  a capacidade pessoal de participar de relações íntimas desde vínculos de amizades, relações sexuais, amor e intimidade consigo mesmo e com os próprios recursos internos.

O médico húngaro, Karoly Benkert (em 1869), foi quem criou o termo “homossexual”, que vem da raiz grega homo, que significa “semelhante” e se aplica a homens e mulheres com preferências sexuais por pessoas do mesmo sexo.

Sobre as teorias da origem do homossexualismo temos o fator biológico do pesquisador americano, Simon LeVay que publicou em 1991, um importante artigo na revista  Science.

Simon LeVay, argumentou sobre observações realizadas no núcleo intersticial do hipotálamo anterior, uma estrutura no centro do cérebro, que é responsável pela elaboração das emoções e dos sentimentos eróticos, e que  segundo este pesquisador é menor nos homossexuais e mais desenvolvidas nos heterossexuais.

Outro aspecto seria o fator psicológico, o narcisismo (alusão à mitologia grega), quando Narciso vendo sua imagem refletida na água apaixonou-se por si próprio e morre desta paixão, sendo transformado na flor que hoje tem o seu nome: Narciso.

Freud, o pai da psicanálise, acreditava que uma constante ansiedade de castração nos homens poderia levá-los a um comportamento abertamente homossexual e que a fixação á figura materna, proveniente de uma  solução inadequada do Complexo de Édipo, devido a uma mãe dominadora e um pai ausente, possibilitaria esta homossexualidade.


Ouvimos com desagrado, constantemente termos pejorativos como: veado, fresco, bicha, boiola, gay e outros adjetivos  para qualificar o homossexual masculino  o que denota o perigo dos estereótipos que na verdade são baseados em aparências (mãos, vestimentas, voz afeminada, trejeitos e outros maneirismos).

Algumas pesquisas enfatizam que muitos homens homossexuais tiveram contato sexual com outro garoto quando eram adolescentes ou foram abusados por outro adulto do mesmo sexo o que os levou a prática da  homossexualidade.

Seria uma prática aprendida?

Na verdade não existe um padrão que os enquadre na mesma perspectiva.

O que podemos destacar é que existe uma diferença entre descobrir o homossexualismo e aceitá-lo. Alguns homossexuais masculinos e femininos aceitam esta condição, outros sentem conflitos enormes (internos e externos), conflitos emocionais e sociais. Outros se isolam, deprimem e alguns chegam ao suicídio.

Muitos homossexuais escondem sua condição devido à reprovação social, familiar, repercussões econômicas entre outros.

Ouvimos com frequência o termo: “Ele saiu do armário”, referência à condição de assumir a homossexualidade, o que torna esta questão complexa e delicada, pois pode causar dor, sofrimento e rejeição.

A singularidade é premissa essencial na compreensão da história de vida de cada indivíduo, aliado a seus aspectos mais profundos e inconscientes, até porque uma das grandes tarefas de nossa existência é descobrirmos quem realmente somos e isto acontece através do processo de “individuação”.

A verdade é que o ser humano necessita de afeto, respeito e solidariedade, apesar dos estreitos limites de nossa compreensão. Sempre!

Intolerância e preconceito são danosos, mas banalizar a sexualidade das pessoas como se tudo fosse uma questão de aceitação é um grande mito.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

VAMPIROS EMOCIONAIS



Vampiro, o nome já causa arrepios!

Imagine aquele ser lendário que segundo a crença popular sai de sua sepultura com aqueles dentes caninos enormes para sugar o sangue de suas vítimas, no caso, pessoas vivas, ou seja, você e eu.

Pois bem, os vampiros emocionais são aquelas pessoas com distúrbios de personalidade e que se manifestam através de disfunções emocionais e comportamentais.
 
São aqueles indivíduos inescrupulosos que vivem para explorar a boa fé do outro em benefício próprio e são altamente ególatras.
 
Não se deixe enganar, provavelmente ele não irá sugar o seu sangue, eles sugam a sua alma (a sua mente, a sua vontade e as suas emoções) e vorazmente devora a sua energia emocional.
 
Seja cauteloso, são lobos selvagens em pele de cordeiro, são pessoas inteligentes, boa fluência verbal, encantadores à primeira vista, mas entram em nossas vidas sem pedir licença e saem também da mesma forma pela qual entrou, deixando-nos exaustos, com uma terrível dor de cabeça, carteira vazia, coração em frangalhos, e por onde passam fica um rastro de prejuízo e lágrimas.
 
Identificou-se com isto? De nada adianta alho ou cruz de madeira, o melhor é deixá-los à distância, pois à menor proximidade, vão logo tomando as rédeas de nossas vidas (da conta bancária, da geladeira, do carro), adoram comidas gostosas e cadeiras espreguiçadoras, enfim amam as coisas boas da vida.
 
Vampiros emocionais são aqueles indivíduos que a priori parecem lindas borboletas voando à nossa volta, mas possuem uma terrível habilidade de se metamorfosear, uma vez que possuem grande força de vontade além da normalidade e estão sempre no controle das situações, mas veja só, é um vilão carismático, portanto todo cuidado é pouco.
 
Não se deixe iludir, vampiros emocionais têm sede é de sua energia e irá sugá-la até a última gota, se você permitir.
 
Imagine se você tem uma vontade tipo Maria-mole, está ferrada, o encantador vampiro que nem tem medo de sair à luz do dia, pois aparentemente nem é assustador e nem tenebroso, mas tem uns olhos “muito ótimo”, que não levantam a menor suspeita, irá exaurir a sua paciência até ao ponto de você ter uma crise  nervosa.
 
Pelo visto, você já está identificando aqueles seus vizinhos, colegas de trabalho, amigos, conhecidos ou parentes que só pensam em sugar suas emoções.
 
O que fazer? Arregace as mangas, e vamos às estratégias de defesa ou de prevenção. Quais? Você ainda não sabe? Mais pelo menos já identificou os possíveis vampiros emocionais? Já é um bom começo.
 
Olhe para os lados, pode até ter algum à sua espreita. Seu coração disparou? É sinal que você está pronto para lutar ou quem sabe fugir (pode ser uma boa estratégia). Aí vão as dicas de que você necessita:
Primeiro você deve tentar descobrir suas intenções, suas motivações, investigue o passado deles, preste muita atenção às suas ações, e não propriamente no que expressam através de palavras, e identifique como ele te hipnotiza com o seu charme quando quer algo.
 
Os vampiros emocionais são pessoas tóxicas, veja se não possuem algum tipo de vício ou compulsão (jogos, bebidas, drogas, sexo, comida) e se você perceber que não poderá ajudá-lo e conhecer os seus (é seu mesmo) limites, prepare-se para deixá-lo. Saia correndo!
 
Dissonância cognitiva é a capacidade que temos de torcer, distorcer a realidade para adaptá-la às nossas escolhas principalmente as escolhas que intuitivamente ou instintivamente sabemos que são erradas.
 
Fique ligado a esse princípio da psicologia e não seja tolo, a ponto de confundir suas emoções e burlar sua percepção em relação ao vampiro emocional que acaba de te telefonar propondo um negócio fabuloso.
Todo o cuidado é pouco, pois os vampiros emocionais odeiam aceitar respostas negativas.
 
Mantenha o foco e o bom senso, e se for o caso prepare-se para brigar ou fugir, mas avalie se o perigo a ser enfrentado é maior ou menor do que você.
 
Seja racional, pense, nada de respostas impulsivas das quais se arrependerá mais tarde.
 
Vampiros emocionais não sabem adiar a gratificação, são regidos pelo princípio do prazer (imaturos emocionalmente), então você deve se guiar pelo princípio de realidade (viver segundo seus conceitos éticos), em hipótese alguma abrir mão de seus valores morais.
 
Seja firme, coerente com você mesmo, ignore acessos de raiva dos vampiros emocionais e permita que sua racionalidade o oriente em suas escolhas.
 
Então, você já sabe: rigidez, abusos, controle, impulsividade, hostilidade, irresponsabilidade, intolerância, imprevisibilidade, chantagem emocional, vingança, egoísmo, ciúmes infundados, lágrimas de crocodilo fazem parte do arsenal dos vampiros emocionais, e se perceber que não consegue lidar com eles, encaminhe-os para buscar ajuda profissional, pois tais vampiros são criaturas adoecidas e como tal necessitam de tratamento especializado.

Sempre haverá noite, mas vampiros emocionais saem à luz do dia. Cuidado, eles estão à solta!